quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Filosofilmes no IFPA (Ulisses: O símbolo da racionalidade da Grécia Arcaica)

IFPA - Campus Belém


Coordenação de Ciências Humanas


Atividade Complementar: Exibição de filme e debate


Filme: ULISSES, 1954, EUA


DIA: 18 de agosto de 2011, quinta-feira.


LOCAL: 3º piso da Bilbioteca Central do IFPA.


HORA: 09:00 h



O filme ULISSES é uma adaptação para o cinema da obra de Homero “A ODISSÉIA”. Depois da Guerra de Tróia o herói grego Ulisses (Odisseu) enfrenta diversos adversários no seu caminho para retornar à cidade de Ítaca, onde era rei e deixara a esposa, Penélope, e o filho Telêmaco.


Como todo mito, “A Odisséia” narra a trajetória do homem em busca do sentido da vida ou de si mesmo. Os grandes feitos do herói (experiências excepcionais) podem ser interpretados como lutas internas que travamos na busca da superação das limitações humanas ante as adversidades da vida.


Agimos em sociedade em relação a um sistema (certa programação). Será que o sistema vai nos devorar e tirar de nós a natureza humana ou vamos utilizar o sistema para realizar objetivos humanos?


Como devemos nos relacionar com o sistema sem servir a ele? Mesmo quando não podemos mudá-lo, podemos viver nele como ser humano. Como isso é possível? Não cedendo. Resistindo às exigências impessoais do sistema, ou seja, dando atenção aos pedidos do nosso coração.


Interessamo-nos por essas histórias fantásticas porque há sempre um herói dentro de nós. Mas esse herói não tem o condão de nos impelir a “salvar o mundo”, no sentido de mudar as suas regras, no entanto pode nos permitir descobrir, em cada caso pessoal, ONDE ESTÁ A VIDA E VIVÊ-LA.


Existe um centro que nos apóia (aqui - agora) e que apenas podemos saber. Os mitos servem para nos elevar a certo tipo de consciência (que não é material), num mundo em que tudo tem uma consciência.


Ulisses, tanto na “Odisséia” como na “Ilíada’, é o símbolo do discernimento, da capacidade do homem de superar as adversidades, sejam físicas ou psicológicas. A ele se atribuiu o ardil do “cavalo de madeira” que permitiu aos gregos penetrar em Tróia e obter a vitória. Protegido por Atenas (deusa da estratégia) e perseguido por Poseidon (deus dos mares) passou 20 anos no Mediterrâneo em regresso à Ítaca.


Durante a viagem, Ulisses enfrentou Polifemo, filho de Poseidon, um ciclope (gigante com apenas um olho) que o herói enfrentou. Após embriagá-lo Ulisses o superou, cegando-o. Esta passagem simboliza o combate, com a astúcia e inteligência, contra o lado animal que todos possuímos.


Em seguida, o herói passa pelo mar das sereias (pássaros com cabeças de mulheres) e usa a estratégia de se deixar amarrar ao mastro central do navio para não sucumbir ao inebriante canto das figuras mitológicas. Mostra que para enfrentar as artimanhas das paixões é preciso se antecipar com planejamento e ardil.


Na ilha da deusa/bruxa Circe, mais uma vez Ulisses precisa estabelecer limites aos desejos e prazeres - que aparecem no caminho de todo e qualquer viajante - para resistir aos “encantos’ da linda bruxa que transformava homens em porcos (animais domésticos).


“A ODISSÉIA", como qualquer relato mítico mostra que a vida é cheia de obstáculos e os desafios são para nos fortalecer, porque, como os heróis, podemos ser os protagonistas da nossa própria existência.

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