IFPA - Campus Belém
Coordenação de Ciências Humanas
Atividade Complementar: Exibição de filme e debate
Filme: MATRIX, 1999, EUA
DIA: 13 de setembro de 2011, terça-feira.
LOCAL: 3º piso da Bilbioteca Central do IFPA.
HORA: 09:00 h
"CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ" - JO 8:32
A questão inicial que o filme suscita: O que é a MATRIX? A Matrix é uma espécie de útero universal que usa a inteligência humana criando uma realidade virtual. Em outras palavras, é um sistema (programa de computador) que ESCRAVIZA o ser humano, fazendo-o crer que a realidade é aquilo que se apresenta aos órgãos dos sentidos.
O tema central do filme é a LIBERDADE, discutida a partir do binômio: REALIDADE - ILUSÃO. Fala de um tipo sutil de escravidão e nos coloca uma das questões centrais da Ética: Somos ou não livres?
A realidade para os primeiros filósofos era a physis, enquanto fundamento do mundo natural; ou o SER, enquanto algo mais abstrato. Porém, com Sócrates os filósofos passaram a se interessar por questões relativas à realidade interior ao homem, que podemos ilustrar por meio de três máximas: “Conhece-te a ti mesmo”, “Só sei que nada sei” e “A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida. Segundo a tradição, este filósofo teria se dirigido à Cidade Grega de Delfos e, no oráculo em homenagem ao deus Apolo (luz, razão, conhecimento), perguntado quem era o grego mais sábio. A pitonisa teria dito que ele (Sócrates) era o mais sábio, porém o filósofo, como a personagem NEO do filme, não acreditou ser o “escolhido” e duvidou da revelação que recebera.
Depois disso, Sócrates teria procurado investigar o que dissera o Oráculo questionando vários cidadãos atenienses e constatou que eles apenas acreditavam conhecer (aparências) as coisas, mas não as conheciam de fato, logo percebeu que pelo menos nesse ponto era mais sábio que os seus compatriotas, pois admitia a ignorância ao dizer: “SÓ SEI QUE NADA SEI”. No entanto, muitos atenienses gostavam de viver naquele mundo de ilusões, por isso Sócrates angariou muitos inimigos e foi condenado à morte. Podemos nos lembrar de Cypher, o traidor, que preferiu a “benfazeja” ilusão que a realidade.
É nesse contexto que podemos recuperar a “Alegoria da caverna”, publicada na carta VII da República de Platão. Com esta história o filósofo tenta nos fazer refletir sobre o que é a realidade. Lembremos que o fugitivo da caverna, como Neo, ao retornar, é hostilizado. No filme, Morfeus, durante o treinamento, adverte Neo que por trás de uma “mulher de vermelho” pode estar um “agente letal”, posto que no âmbito da Matrix todos conspiram contra quem duvida da realidade que ela produz.
Quem são os habitantes da caverna? A humanidade ignorante, que no filme é representado pelos prisioneiros das máquinas.
Os “grilhões” que mantém os prisioneiros no interior da caverna são os preconceitos (hábitos retrógrados e nocivos) que dificultam o acesso ao conhecimento. No filme, as correntes são os “pseudoprazeres”, rotina e ilusão de realidade produzidos pela simulação neurointerativa.
As “sombras” projetadas na parede da caverna são as únicas coisas que os prisioneiros vêem, por isso eles as tomam como realidade. No filme, Morpheus adverte Neo da importância de “ACORDAR” do sono dogmático que acomete todos que estão no interior da Matrix para poder “seguir o coelho branco” (como Alice), se assim o desejar.
Neo é um fugitivo como o prisioneiro que sai da caverna (no mito). Como tal, incorpora o papel do filósofo (político), enquanto aquele que desconfia que é ilusão aquilo que toma como realidade. No filme, como no mito de Platão, quem adquire o conhecimento precisa passar por um período de adaptação. A missão de Neo é conhecer a realidade e voltar para a “caverna”, com o objetivo de salvar os seus companheiros, acordando-os do “sono dogmático” que se encontravam.
Por fim, o filme Matrix nos coloca a seguinte e definitiva questão: Devemos escolher a pílula azul e continuar na ilusão; ou a vermelha e tentar conhecer a realidade, mesmo que ela não seja tão agradável? De qualquer forma, o caminho da filosofia é e sempre será uma alternativa, porque a LIBEDADE, para a grande maioria dos seres humanos, NÃO É UM VALOR.
Coordenação de Ciências Humanas
Atividade Complementar: Exibição de filme e debate
Filme: MATRIX, 1999, EUA
DIA: 13 de setembro de 2011, terça-feira.
LOCAL: 3º piso da Bilbioteca Central do IFPA.
HORA: 09:00 h
"CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ" - JO 8:32
A questão inicial que o filme suscita: O que é a MATRIX? A Matrix é uma espécie de útero universal que usa a inteligência humana criando uma realidade virtual. Em outras palavras, é um sistema (programa de computador) que ESCRAVIZA o ser humano, fazendo-o crer que a realidade é aquilo que se apresenta aos órgãos dos sentidos.
O tema central do filme é a LIBERDADE, discutida a partir do binômio: REALIDADE - ILUSÃO. Fala de um tipo sutil de escravidão e nos coloca uma das questões centrais da Ética: Somos ou não livres?
A realidade para os primeiros filósofos era a physis, enquanto fundamento do mundo natural; ou o SER, enquanto algo mais abstrato. Porém, com Sócrates os filósofos passaram a se interessar por questões relativas à realidade interior ao homem, que podemos ilustrar por meio de três máximas: “Conhece-te a ti mesmo”, “Só sei que nada sei” e “A vida sem reflexão não vale a pena ser vivida. Segundo a tradição, este filósofo teria se dirigido à Cidade Grega de Delfos e, no oráculo em homenagem ao deus Apolo (luz, razão, conhecimento), perguntado quem era o grego mais sábio. A pitonisa teria dito que ele (Sócrates) era o mais sábio, porém o filósofo, como a personagem NEO do filme, não acreditou ser o “escolhido” e duvidou da revelação que recebera.
Depois disso, Sócrates teria procurado investigar o que dissera o Oráculo questionando vários cidadãos atenienses e constatou que eles apenas acreditavam conhecer (aparências) as coisas, mas não as conheciam de fato, logo percebeu que pelo menos nesse ponto era mais sábio que os seus compatriotas, pois admitia a ignorância ao dizer: “SÓ SEI QUE NADA SEI”. No entanto, muitos atenienses gostavam de viver naquele mundo de ilusões, por isso Sócrates angariou muitos inimigos e foi condenado à morte. Podemos nos lembrar de Cypher, o traidor, que preferiu a “benfazeja” ilusão que a realidade.
É nesse contexto que podemos recuperar a “Alegoria da caverna”, publicada na carta VII da República de Platão. Com esta história o filósofo tenta nos fazer refletir sobre o que é a realidade. Lembremos que o fugitivo da caverna, como Neo, ao retornar, é hostilizado. No filme, Morfeus, durante o treinamento, adverte Neo que por trás de uma “mulher de vermelho” pode estar um “agente letal”, posto que no âmbito da Matrix todos conspiram contra quem duvida da realidade que ela produz.
Quem são os habitantes da caverna? A humanidade ignorante, que no filme é representado pelos prisioneiros das máquinas.
Os “grilhões” que mantém os prisioneiros no interior da caverna são os preconceitos (hábitos retrógrados e nocivos) que dificultam o acesso ao conhecimento. No filme, as correntes são os “pseudoprazeres”, rotina e ilusão de realidade produzidos pela simulação neurointerativa.
As “sombras” projetadas na parede da caverna são as únicas coisas que os prisioneiros vêem, por isso eles as tomam como realidade. No filme, Morpheus adverte Neo da importância de “ACORDAR” do sono dogmático que acomete todos que estão no interior da Matrix para poder “seguir o coelho branco” (como Alice), se assim o desejar.
Neo é um fugitivo como o prisioneiro que sai da caverna (no mito). Como tal, incorpora o papel do filósofo (político), enquanto aquele que desconfia que é ilusão aquilo que toma como realidade. No filme, como no mito de Platão, quem adquire o conhecimento precisa passar por um período de adaptação. A missão de Neo é conhecer a realidade e voltar para a “caverna”, com o objetivo de salvar os seus companheiros, acordando-os do “sono dogmático” que se encontravam.
Por fim, o filme Matrix nos coloca a seguinte e definitiva questão: Devemos escolher a pílula azul e continuar na ilusão; ou a vermelha e tentar conhecer a realidade, mesmo que ela não seja tão agradável? De qualquer forma, o caminho da filosofia é e sempre será uma alternativa, porque a LIBEDADE, para a grande maioria dos seres humanos, NÃO É UM VALOR.
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