quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filosofilmes no IFPA (A onda: o poder do grupo sobre o indivíduo)

Filosofilmes no IFPA (A onda: o poder do grupo sobre o indivíduo)

IFPA - Campus Belém

Coordenação de Ciências Humanas

Atividade Complementar: Exibição de filme e debate

Filme: "A ONDA"

DIA: 25 de agosto de 2011, quinta-feira.

LOCAL: 3º piso da Bilbioteca Central do IFPA.

HORA: 09:00 h


O filme “A onda” tem início com o professor de história Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”, etc.

O professor Ross se declara o líder do movimento da “onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.

O desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária que sustenta o movimento d’A onda, denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante de poder carismático de um líder e do fanatismo por uma causa.

Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o nazi-fascismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade: aconteceu na Alemanha nazista, na Itália fascista, e também no chamado ‘socialismo real’ da União Soviética, principalmente no período stalinista, na China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com Perón, etc. Ainda, recentemente, líderes neo-populistas da América Latina, valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da esquerda resistente a aprender com a história.

Continua sendo atual o discurso do professor Ross, proferido no final de “A onda”:

“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.

2 comentários:

  1. Este filme trata do poder do grupo sobre o indivíduo. Quem foge à regra sofre ameaça (ex: HOMOFOBIA). Fala do poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. Utiliza como estratégia o uso de slogan e adoração a um líder. é uma metáfora que serve para interpretar qualquer MOVIMENTO DE MASSA promovido por causa mítica ou líder carismático.

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  2. Possibilidade de interpretação:

    - Nazifascismo - política totalitária de direita;
    - Psicologia de massas a um grupo, líder ou causa mítica;
    - Propaganda político - ideológica.

    O filme fala de MASSIFICAÇÃO, FANATISMO e INTOLERÂNCIA; bem como sobre a perda da liberdade, subordinando excessivamente o sujeito ao poder do grupo.

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